| 
  • If you are citizen of an European Union member nation, you may not use this service unless you are at least 16 years old.

  • You already know Dokkio is an AI-powered assistant to organize & manage your digital files & messages. Very soon, Dokkio will support Outlook as well as One Drive. Check it out today!

View
 

Nelson Cavaquinho

Page history last edited by Dow Osage 10 years, 6 months ago

 

 

 

         NELSON CAVAQUINHO

 

  Oi Pessoal, a pesquisa que fiz não foi por acaso, pois tenho uma aluna que toca cavaquinho, ela toca samba e pagode e,uma vez por semana,pergunta se pode trazer o seu cavaquinho para tocar para mim, pois ainda não tem coragem para

fazê-lo aos demais colegas.

    O curioso é que, quando toca teclado, ela não fica com vergonh. Então, quando li o texto sobre o  Nelson Cavaquinho, onde diz que "... a mudança aconteceu porque o cavaquinho, sendo um instrumento pequeno, não combinaria com um homem de cabelos brancos.", pensei o seguinte, será que a minha aluna estará tendo o pensamento oposto do Nelson, que o cavaquinho é um instrumento para pessoas de mais idade?

 

     O cantor e compositor Nelson Cavaquinho nasceu no Rio de Janeiro em 29 de outubro de 1911, sendo batizado como Nelson Antônio da Silva. Faleceu também no Rio em 18 de fevereiro de 1986, poucos dias depois de ver sua escola de samba do coração, a Mangueira, vencer o carnaval.

     Nelson e a música eram velhos amigos. O pai dele, Brás Antônio da Silva, tocava tuba na Banda da Polícia Militar.  Domingo era dia de música em casa, nos diversos lugares onde a família morou.

     Em cada novo bairro, Nelson ia recolhendo influências. Na Lapa, teve contato com os malandros e valentes; já na Gávea, conviveu com os chorões, fascinando-se com os tocadores de cavaquinho. Entusiasmado, quis aprender o instrumento, ensaiando sempre... que conseguia algum emprestado.

      Desde essa época, Nelson acostumou-se a tocar apenas com os dedos polegar e indicador, hábito que manteve a vida toda.

    Em certo momento, por volta dos 40 anos, ele mudou do cavaquinho para o violão (embora ninguém tenha tido a idéia de chamá-lo de Nelson Violão por causa disso). Oficialmente, a mudança aconteceu porque o cavaquinho, sendo um instrumento pequeno, não combinaria com um homem de cabelos brancos. O violão imporia mais respeito.

A cronista Eneida sabia de uma outra história, chegando a mencionar publicamente o assunto (num disco-depoimento de Nelson gravado no selo Castelinho em 1970), mas o sambista desconversou e, até onde consegui saber, a outra história caiu no esquecimento.

    Nelson precisou parar de estudar cedo para trabalhar e ajudar a família. Mas ir à aula realmente não era das paixões do moço, mesmo. O pai descobriu logo que o filho fugia do serviço para ir a rodas de choro, principalmente se quem tocava bandolim era Luperce Miranda.

     Preocupado, seu Brás falsificou os documentos de Nelson, que de 20 anos passou a ter 21, para que pudesse ingressar na Cavalaria da Polícia Militar. Afinal, ele já era um homem sério: casara algum tempo antes com Alice Neves, numa delegacia, arrastado pelo pai da moça. Um dos presentes de casamento que Nelson recebeu antecipado foi um sabonete, para que pudesse tomar banho, tal a falta de grana em que estava.  O novo policial não gostou muito da história, afinal recém ganhara um cavaquinho de presente e estava compondo muito.

      Bem, da noite pro  para o dia, Nelson Cavaquinho ficara um ano mais velho, casara e fora incorporado na polícia. Parecia que seus dias de boemia iam ficar no passado.

      Mas adivinhem em que lugar do Rio ele deveria fazer sua ronda diária?

      Era nada mais nada menos que o Morro da Mangueira!

      Desta forma, diariamente, Nelson era obrigado a ir à Mangueira, fazendo a ronda. Assim, de bar em bar, conheceu os sambistas e se apaixonou definitivamente pela Estação Primeira, à qual dedicou os sambas “Folhas Secas” e “Pranto de Poeta”, compostos em parceria com Guilherme de Brito.

     Compor com Guilherme de Brito fez com que os sambas de Nelson Cavaquinho cada vez mais falassem de seus temas preferidos: mulheres, flores e morte.

      A parceria gerou clássicos como “A Flor e o Espinho” (assinado por Nelson, Guilherme e Alcides Caminha), que inicia com um verso digno de antologia: “Tire seu sorriso do caminho que eu quero passar com a minha dor.” 

     Nelson Cavaquinho gravou apenas três discos solo, incluindo o de depoimento, além de participar outros três dedicados à sua obra.

     Já no cinema, Nelson atuou em três filmes, em que ele sempre aparecia num bar, com o violão, bebendo e cantando: seu próprio papel na vida.

     Foi assim nos longas O Casal, dirigido por Daniel Filho em 1975, e Muito Prazer, de David Neves, em 1979.

      Mas seu grande momento foi o curta Nelson Cavaquinho, que Leon Hirszman filmou em 1970, com Nelson circulando com os amigos pela Mangueira e batendo samba, como ele dizia.

      Uma forma excelente de lhe dar as flores em vida, como ele pediu no samba “Quando Eu me Chamar Saudade”, mais um da parceria com Guilherme de Brito.

 

 

 

 

brasileirinho

 

 

 Juízo Final - Nelson Cavaquinho

 

 

YouTube plugin error

 

 

Recent Visitors

Comments (0)

You don't have permission to comment on this page.